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Violence between intimate partners and alcohol use: prevalence and associated factors

Objective. To estimate physical violence between intimate partners and to examine the association between violence and sociodemographic variables, use of alcohol, and other related factors.
Method. This epidemiologic survey included a stratified probabilistic sample representative of the population from the city of São Paulo in economic and educational terms. The Gender, Alcohol and Culture: An International Study (GENACIS) questionnaire was employed. The sampling unit was the home, where all individuals older than 18 years were candidates for interview. The final sample included 1 631 people. Statistical analysis employed the Rao Scott test and logistic regression.
Results. The response rate was 74.5%. Most participants were female (58.8%), younger than 40 years of age (52%), or had 5 to 12 years of schooling. Of the overall group, 5.4% reported having been victims of physical violence by an intimate partner and 5.4% declared having been aggressors of intimate partners in the past 2 years. Most men declared that none of those involved had ingested alcohol at the moment of aggression. Most women reported that nobody or only the man had drunk. Being a victim or an aggressor was associated with younger age and having a heavydrinking partner. Women suffered more serious aggression, requiring medical care, and expressed more anger and disgust at aggression than men.
Conclusions. The results underscore the importance of the association between alcohol use and risk of aggression between intimate partners, and may contribute to the design of public policies aimed to control this situation.

Português

Objetivo. Estimar a violência física entre parceiros íntimos e examinar a associação entre a violência e variáveis sociodemográficas, uso de álcool e outros fatores relacionados.
Método. Inquérito epidemiológico realizado com amostra probabilística estratificada por conglomerados, representativa dos níveis socioeconômicos e educacionais do Município de São Paulo, que utilizou o questionário do projeto multidisciplinar internacional GENACIS (Gender, Alcohol and Culture: An International Study). A unidade amostral foi o domicílio, onde todas as pessoas maiores de 18 anos eram candidatas à entrevista. A amostra final incluiu 1 631 pessoas. A análise estatística utilizou o teste de Rao Scott e regressão logística.
Resultados. A taxa de resposta foi de 74,5%. Predominaram mulheres (58,8%) e pessoas com menos de 40 anos de idade (52%) e com 5 a 12 anos de escolaridade. Nesse grupo, 5,4% relataram ter sido vítimas de violência física por parceiro íntimo e 5,4% ter sido agressores de parceiros íntimos nos últimos 2 anos. Predominou entre os homens o relato de que, na ocasião da agressão, ninguém havia bebido e, entre as mulheres, de que ninguém ou apenas o homem o havia feito. Ser vítima, assim como ser agressor, associou-se a ser mais jovem e ter um parceiro com consumo pesado de álcool. Homens vítimas estiveram associados à baixa renda. As mulheres sofreram agressões mais graves, necessitando de cuidados médicos e, diante da agressão, expressaram mais raiva e aborrecimento quando comparadas aos homens.
Conclusões. Os resultados ressaltam a importância da associação entre uso de álcool e risco de agressão entre parceiros íntimos e têm importantes implicações para a elaboração de políticas públicas que enfocam esse problema.